terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O poder do esporte

Ivan Fernández Anaya e Abel Mutai
Foto: Jornalistas Que Correm¹

Vivemos em um mundo cada vez mais intolerante, cada vez menos paciente. Vivenciamos dia a dia cada vez mais cenas de violência e até mesmo onde deveriam ser locais de festa e alegria se tornam verdadeiros campos de guerras, como temos visto constantemente em campos de futebol, por exemplo. Sou apaixonado pelo futebol, ou melhor, sou apaixonado pelo esporte, mas cenas como estas entristecem, e muito, o mundo esportivo, amedrontam e desencorajam espectadores e atletas de bem.

Embora cheguem a manchar o esporte, felizmente, cenas como essas, embora comuns, não são predominantes e chegam a se apequenar quando belas atitudes e exemplos são demonstradas, vistas e compartilhadas mundo afora.

No último final de semana encerrou-se os Jogos Olímpicos de Inverno, em Pyeongchang, na Coreia do Sul, e muito mais do que as inúmeras conquistas, lindas apresentações e histórias de superações, algo em especial chamou a atenção do mundo inteiro, a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, inimigas históricas há décadas, entraram juntas, de mãos dadas, na apresentação e no encerramento dos jogos. Além disso, no hóquei sobre o gelo, jogaram juntas, representando uma única bandeira e mesmo perdendo todos jogos, um único gol, em seu último jogo, foi o suficiente para “explodir” o estádio em festa, a ponto de nem lembrarmos mais quem de fato estava vencendo o jogo e realmente, já nem importava mais quem estava vencendo.

Esse contraste esportivo, me fez refletir sobre a poderosa arma que é o esporte, capaz de unir nações em plena guerra ou dividir uma nação em plena paz. Tudo depende de cada um de nós, de como nos portamos diante dos nossos adversários de competição, como nos portamos diante das nossas perdas, conquistas, frustrações e sucesso, até onde podemos ir, do que conseguimos abrir mão e o quanto respeitamos o próximo.

Um belo exemplo disso, aconteceu em janeiro de 2013, durante uma corrida cross country, em Navarra, quando o queniano Abel Mutai, estava prestes a ganhar a corrida, e parou pouco antes da linha de chegada, pensando que já havia acabado a corrida, logo atrás vinha um espanhol, Ivan Fernández Anaya, que poderia ultrapassá-lo após a distração, mas preferiu alertá-lo sobre o equívoco e conduzi-lo até a linha de chegada, para que, merecidamente, fosse o campeão da prova.

Cenas como essas nos enchem os olhos e nos orgulham de sermos esportistas, nos mostram que o mundo ainda respira e inspira bondade, far play, espírito esportivo ou seja lá como queira chamar.

No esporte o campeão é quem chega em primeiro lugar, mas o vencedor é aquele que consegue inspirar novas pessoas, novas atitudes, novos sonhos e esperanças. Vencedor é aquele que consegue inspirar e incentivar outras pessoas a transformar um mundo melhor.

Sejamos sempre atletas, corredores, jogadores, nadadores, etc., mas acima de tudo, sejamos sempre humanos e sejamos sempre exemplos.
Coreia do Sul e Coreia do Norte na Olimpíadas de Iverno com a bandeira da Coreia Unificafa. Foto: Globo Esporte²
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Referências:

1 - http://jornalistasquecorrem.com.br/2013/12/gentileza-gera-gentileza/
2 - https://globoesporte.globo.com/olimpiadas-de-inverno/noticia/frio-extremo-acidentes-e-coreias-unidas-12-fatos-mais-marcantes-de-pyeongchang.ghtml

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