segunda-feira, 13 de maio de 2019

Eu corri por aqueles que não podem


Correr é de longe o nosso maior passa tempo, pelo menos da maioria de nós, então por que não juntarmos algo prazeroso com algo útil à humanidade de verdade? A Wings for Life é uma corrida com finalidade bem promissora, mas quem nos conta um pouco mais sobre a corrida e sobre a participação nela é o meu amigo Paulo Sakanaka:

No domingo, dia 05 de maio de 2019, participei da corrida "Wings for Life World Run". Esta corrida é diferente das corridas "normais" a que estamos acostumados. Ela ocorre no mundo inteiro, no mesmo horário e não tem distância definida.
A dinâmica da corrida é a seguinte: após 30 minutos do horário de início da corrida, um veículo ("catcher car") começa a perseguir os corredores, em velocidade progressiva (começa em 15 km/h e vai acelerando, de tempos em tempos, até atingir 35 km/h). Quando o carro te ultrapassa, sua corrida acaba e sua distância é computada.Os vencedores são o último homem e a última mulher alcançada pelo catcher.
Neste ano, em 8 cidades do mundo, o evento ocorreu "fisicamente", isto é, com estrutura de corrida e um carro real perseguindo os corredores (no Brasil, foi no Rio de Janeiro). Nos demais locais do mundo, a corrida pode ser feita por meio de um app de celular, com um "catcher car virtual" te perseguindo. Foi esta a modalidade que eu fiz.
Escolhi o Parque Taquaral, em Campinas, como minha pista de corrida (podia ser em qualquer lugar, aliás) e, no horário marcado, controlado pelo app, comecei a correr. Como não encontrei ninguém que quisesse me acompanhar na corrida, fiz a corrida sozinho. Foi a sensação mais estranha do mundo: estar participando de uma corrida com corredores do mundo todo e, ao mesmo tempo, correr sozinho!
Uma das dificuldades da corrida é que você não sabe exatamente que horas o carro vai te alcançar. Então, tem que dosar o ritmo da corrida para não cansar antes. Eu cansei antes. Consegui correr quase 18 km (3 voltas no Taquaral) antes do catcher car me alcançar.
Nesta versão virtual, a corrida não dá medalha nem camiseta, apenas seu nome aparecendo no ranking global. O vencedor deste ano foi um russo que correu 64 km e uma russa que correu 53 km. O recordista mundial é um sueco que conseguiu correr (pasmem!) 92 km!
Eu cheguei na posição 21787 geral e na 1195ª, na faixa etária. Quem organiza a corrida é a "Wings for life", fundação internacional. O dinheiro arrecadado pelas inscrições financia estudos científicas e testes clínicos que buscam a cura para lesões na medula espinhal. Inclusive, o lema da corrida é "eu corri por aqueles que não podem".
Se a gente gosta de correr, por que não correr para ajudar pessoas que não conseguem? Para quem animar, a corrida ocorrerá novamente em 3 de maio de 2020 e é possível criar, pelo app do celular, grupos de corridas para organizar uma corrida com os amigos. Nesta edição de 2019, eu fui o primeiro (e o último) do meu grupo... rsrs!
Por Paulo Sakanaka

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