quinta-feira, 22 de novembro de 2018


A corrida de rua possui um linguajar próprio, rico em palavras não tão comuns, como pace, altimetria, drop, longão, etc. Durante muitos anos ouvia sempre falar sobre o bichinho da corrida, sem ao menos fazer ideia do que se tratava. Ficava imaginando o que ele seria e como nos pegaria, como todos diziam. Imaginava como seria se fosse mordido por ele.

Nesse meio tempo, comecei a treinar, correr, pesquisar e ler tudo o que fosse relacionado a corrida de rua. Fui em busca de cada vez mais de mais, de mais marcas, mais distâncias, mais emoções, mais informações.

Percebi que quando corria ficava feliz, sem nenhuma explicação muito óbvia e decidi que talvez fosse o momento de compartilhar isso com outras pessoas. Passei a falar sobre a corrida e incentivar amigos a correr e logo percebi que assim como eu, eles também ficavam felizes sem explicações óbvias.

Não parei por ai, continuei buscando novas aventuras, novos recordes, novas marcas, fiquei cada vez mais fissurado nisso, não conseguia passar um dia sem pensar em corrida, na verdade, era difícil ficar até algumas horas sem pensar, porque se não estava correndo, estava pensando nos treinos, procurando corridas, fazendo planejamentos para elas ou simplesmente lendo algo sobre corrida.

O ambiente da corrida foi me contagiando cada vez mais e tudo que engloba ela, a ansiedade contida nos rostos dos corredores, o clima alegre e amigável, a emoção após cada chegada, o sorriso após cada medalha recebida, a lágrima após cada superação alcançada e o agradecimento aos céus após cada linha de chegada.

Percebi que sentia falta disso nos finais de semanas sem corrida, como se fosse um viciado sedento por sua dose diária de endorfina. Sentia falta de ver e cumprimentar pessoas que nunca tinha visto, agradecer pessoas que nunca conversei e parabenizar outras sem saber nada da sua trajetória.

De repente ouvi de novo sobre o tal bichinho da corrida e lembrei de tudo o que pensava no começo e foi então que percebi que já havia sido mordido por ele, só não tinha dado conta ainda e agora não tem mais volta, não tem mais cura, tenho que me contentar em ser feliz com algo tão simples como é correr.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018


No último domingo (04/11) aconteceu mais uma Maratona de Nova Iorque, uma das principais maratonas do mundo, que, a exemplo dos anos anteriores, contou com a presença de mais de 50 mil corredores. Entre os homens, o vencedor foi o etíope Lelisa Desisa com tempo de 2:05:59 e entre as mulheres, a vencedora foi a queniana Mary Keytany, que venceu a maratona pela quarta vez, dessa vez com tempo de 2:22:48.

Empolgados pela vibração da corrida e pelo maravilhoso cenário que compõe a maratona, muitas pessoas despertaram ainda mais o desejo de participar do evento e já começam a fazer planos para o próximo ano, que já tem até data marcada, 03/11/2019. Mas participar de uma corrida tão desejada como essa, acaba se tornando algo não tão simples, pelo menos para a grande maioria. Devido ao grande número de interessados que cresce ano a ano, a Maratona foi submetida a determinadas regras para limitar a quantidade de atletas e se você ainda não sabe disso, tá na hora de dar uma conferida.

As principais formas de inscrição são:

Índice técnico: O atleta que realizou em 2018 algum das corridas da NYRR (veja lista aqui), com o tempo dentro do previsto, já está elegível para a inscrição. Há um número limitado de vagas também para atletas que conquistou o tempo em qualquer evento oficial durante o ano de 2018. Abaixo o quadro com o tempo necessário de acordo a faixa etária. Mais informações aqui

Homens:

Idade
Maratona
Meia Maratona
18-34
2:53:00
1:21:00
35-39
2:55:00
1:23:00
40-44
2:58:00
1:25:00
45-49
3:05:00
1:28:00
50-54
3:14:00
1:32:00
55-59
3:23:00
1:36:00
60-64
3:34:00
1:41:00
65-69
3:45:00
1:46:00
70-74
4:10:00
1:57:00
75-79
4:30:00
2:07:00
80+
4:55:00
2:15:00

  Mulheres:

Idade
Maratona
Meia Maratona
18-34
3:13:00
1:32:00
35-39
3:15:00
1:34:00
40-44
3:26:00
1:37:00
45-49
3:38:00
1:42:00
50-54
3:51:00
1:49:00
55-59
4:10:00
1:54:00
60-64
4:27:00
2:02:00
65-69
4:50:00
2:12:00
70-74
5:30:00
2:27:00
75-79
6:00:00
2:40:00
80+
6:35:00
2:50:00


Programa 9+1 ou 9+$1K: O programa e voltado principalmente para corredores locais, já que se torna necessário ter completado, em 2018, 9 corridas da NYRR e ter sido voluntário em algum evento ou feito uma doação de $1,000 para os programas de serviços comunitários e para jovens da NYRR. Mais informações aqui;

Sorteio: Entre os dias 14/01 e 14/02 serão abertas as inscrições para o sorteio das inscrições oficiais. Em 2017, por exemplo, quase 100 mil pessoas se inscreveram, desses pouco mais de 16 mil ganharam de fato direito a inscrição, que é feita automaticamente quando o sorteio é realizado, por isso preencher os dados com todas as informações corretas, inclusive do cartão de crédito, é fundamental;

Agências de viagem ou parcerias: Algumas agências, oferecem pacotes de viagem completo, inclusive com a inscrição para a maratona. Por vezes algumas parceiras da Maratona realizam campanhas que disponibilizam vagas, recentemente, por exemplo, houve uma campanha onde quem se inscrevesse e completasse uma maratona virtual, estaria elegível para a Maratona em 2019. 

Agora é só aguardar, cruzar os dedos e se preparar.

Para mais informações, basta acessar o site oficial do evento:
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Referências:

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Foto: Ativo¹

Descrito pela primeira vez em 1876 pelo médico Thomas G. Morton, o neuroma de Morton foi então batizado em sua homenagem. Hoje, é uma lesão muito comum no mundo da corrida e está entre as principais lesões dos pés, mas, mesmo assim, ainda é pouco conhecida.

O neuroma de Morton é uma espécie de nódulo que surge nos nervos entre os dedos dos pés, principalmente entre o terceiro e o quarto osso metatarso, mas por vezes acontece também entre o segundo e terceiro metatarso.

Embora ainda não haja uma comprovação científica para as causas dessa lesão, a maior incidência está entre as mulheres e que devido ao uso contínuo de sapatos apertados na frente, passou-se a acreditar que a lesão esteja ligada justamente à utilização desses tipos de sapatos e em pessoas “que tenham uma biomecânica ineficiente, como os corredores de rua que forçam muito as pontas dos pés durante as passadas”¹.

Os principais sintomas são dores, sensação de queimação e uma espécie de choque na região afetada, em alguns casos apresenta também dormência e formigamento. Geralmente as dores são amenizadas ao retirar os sapatos, mas em casos mais graves, mesmo ao andar descalço ou em repouso as dores persistem.

Como a lesão só pode ser confirmadas através de exame de imagem, a busca por um profissional se torna indispensável desde os primeiros sinais, para assim ser encaminhado para tratamentos corretos, que passam principalmente por fisioterapia e muito exercício de propriocepção para melhorar a mecânica da pisada durante a corrida, além utilização de sapatos menos apertados. O grande problema da lesão, é que ela “não regride. Os sintomas do Neuroma de Morton podem ser atenuados, mas a nodulação permanece”¹, por isso, em casos mais graves é recomendada a intervenção cirúrgica, única maneira definitiva de remover o nódulo.

Como não se tem certeza das causas, se torna difícil encontrar prevenções, alguns profissionais indicam que “um possível modo de prevenção do Neuroma de Morton — os médicos não dão nenhuma garantia de que funcione de fato, devido à imprevisibilidade da lesão — é o uso de calçados acolchoados na sola e com bico largo. Esses cuidados não evitam o surgimento do neuroma, mas reduzem consideravelmente a dor no local”¹.

Ter conhecimento dos diversos tipos de lesões pode nos ajustar a entender melhor os sinais do nosso corpo e assim buscar profissionais capacitados mais rápido, trazendo consequentemente uma recuperação mais rápida e evitando o agravamento.

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Referências: