Autocobrança

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Foto: Globo Esporte*


A corrida de rua é sem dúvida um bem magnífico na minha vida e assim como a grande maioria dos corredores, se me perguntarem o porquê corro, o que ganho com isso, direi pelo menos uns 10 benefícios sem nem parar para pensar. Mas nem tudo na corrida são flores, existem alguns pontos que podem se tornar negativos e que dificilmente as pessoas te contam antes de correr.

Como costumo dizer, a mente é de longe o nosso maior aliado, mas é ao mesmo tempo o nosso pior inimigo, tudo depende de como estamos, principalmente no sentido emocional.

Muitas pessoas acabam entrando para a corrida meio que por acaso, sem grandes pretensões, e eu me enquadro nelas, mas conforme vamos vendo e sentindo nosso progresso, vamos ficando mais confiantes e empolgados com os resultados, passamos assim a criar novas metas, que muitas vezes alcançamos rapidamente e consequentemente virão novas metas, sem nos darmos conta acabamos caindo em um ciclo viciante. Até aí tudo bem, enquanto conseguimos responder a tudo isso, fica tudo perfeito.

O grande problema, é que com o tempo passamos a querer sempre mais, nossos tempos PRECISAM ser melhores, as distâncias PRECISAM ser maiores, e passamos a ter uma autocobrança muito grande, pois não nos conformamos com um resultado ou desempenho menor do que o habitual. Isso começa a aumentar quando percebemos que não estamos conseguindo baixar o tempo, que nos sentimos um pouco mais cansados que antes, correndo a mesma distância de sempre, que não conseguimos acompanhar nosso colega que sempre treinou junto.

Sem querer podemos acabar entrando em um processo contrário do prazer com a corrida, passamos a sentir tensão. Em vez de relaxar, nos sentimos apreensivos, em vez de calmos e com a cabeça livre, nos sentimos preocupados e pressionados por nós mesmo, por uma barreira e por um processo de involução que só nós enxergamos.

Em momentos como esse, precisamos nos desligar completamente de tudo que nos pressiona. Eu, por exemplo, decidi fazer algumas corridas sozinho, sem medir distância corretamente ou estipular um tempo. Precisei lembrar de quando comecei a correr, que na verdade mal conseguia correr, precisei entender e voltar a enxergar aquilo que via no começo, que o que me faz bem é correr, sentir o vento no rosto, ouvir o barulho das pisadas no asfalto, ter a sensação de terminar a corrida e não os números e estatísticas.

Isso não quer dizer que eu não pense em número, que eu não quero evoluir em todos os sentidos possíveis, apenas passei a me cobrar menos. Busco os resultados, mas hoje tenho em mente que o objetivo principal é ter prazer em correr.

Continuo dizendo: criem metas, busquem seus sonhos e objetivos, quebrem seus RP’s, mas se cobrem menos, curta cada momento da corrida sem pressa, sem pressão, sem autocobrança, lembre-se sempre do porquê e de como começou a correr.

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*Foto: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2013/04/coracao-de-atleta-excesso-de-treino-pode-causar-problemas-cardiacos.html

Tedinopatia tibial posterior

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Foto: Webrun*

Pode até não ser do nosso agrado, mas a lesão está na vida de todo corredor, melhor, de todo atleta, seja profissional ou amador, todos já passaram por algum tipo de lesão, simples ou grave. Na corrida os membros inferiores são os que mais sofrem com lesões e dentre as inúmeras existentes, hoje vamos ver um pouco mais sobre a tendinite do tendão tibial posterior. 

A tendinite do tendão tibial posterior, também conhecida como tendinopatia tibial posterior, é uma lesão muito comum no meio da corrida, principalmente entre as mulheres com mais de 40 anos e corredores com pisada pronada excessiva. Essa lesão geralmente é provocada pelo excesso de esforço ou degeneração do tendão provocada por uma inflamação aguda. 

Os principais sintomas da lesão estão nas dores ao movimentar o pé, vermelhidão, inchaço e até formigamento. É de fundamental importância, que nos primeiros sintomas um profissional seja consultado para diagnóstico preciso da lesão, que quando não tratada “em seus primeiros sintomas de dor, pode ocorrer uma avulsão parcial (onde o tendão se afasta do osso) do anexo ao osso navicular (um dos ossos do tarso)”¹. 

O tratamento dependerá principalmente do grau da lesão e justamente por isso o diagnóstico correto é indispensável. Em casos mais simples, geralmente o tratamento passa por crioterapia, alongamento muscular, fisioterapia, analgésicos e anti-inflamatórios, além da diminuição considerável das atividade ou até mesmo afastamento completo. Em casos mais graves a intervenção cirúrgica pode ser tornar necessária. 

Como sempre relatamos, o fortalecimento muscular e aquecimento antes da corrida são sempre meios preventivos de lesões e mais uma vez, não foge à regra. Além disso, o uso de tênis adequados para a atividade e em caso de atletas com pisada pronada em excesso, a utilização de palmilha ortopédica para correção da pisada, o uso desta deve ser feita apenas com orientação de um ortopedista.

Após recuperação total da lesão, o indicando é que a volta às atividades seja feita gradativamente, tanto em intensidade, quanto em quantidade, por isso mais uma vez um acompanhamento profissional se torna indispensável. 

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Referências: