Destreino

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Em meio a pandemia que vivemos, muitas preocupações tomam conta de nós, não precisamos falar de saúde e economia, que são coisas óbvias e já debatidas em muitos outros canais, mas algo que preocupa a muitos de nós corredores é em relação aos nossos treinos e desempenho. Com o cancelamento de todos os eventos e interrupções de treinos, principalmente para quem não consegue fazer em casa ou em local aberto e isolado, fica a dúvida em relação ao rendimento e o quanto de perda terá. Para explicar um pouco mais sobre esse processo de destreino, conto hoje com a ajuda de Daniell Muniz, profissional de educação física e estudante de pós graduação¹ em Fisiologia do exercício aplicada a reabilitação e mestrado² em Médicina e Saúde humana.

Ficar sem treinar pode reduzir significativamente seu desempenho, através de muitos mecanismos integrados.

O Destreinamento é muito visto em atletas em períodos de férias ou transição de treinamento. Mas pode ocorrer também em atletas amadores e praticantes de exercício físico.

Muitos estudos relatam que as perdas fisiológicas e físicas das adaptações de treino até o momento iniciam-se a partir do quarto dia sem exercício, mas são bem perceptíveis após duas semanas. E com a progressão da inatividade as perdas são mais acentuadas.

Podemos dividir em efeitos centrais e periféricos no qual, os efeitos do destreinamento nos sistemas centrais observamos diminuição da atividade parassimpática e assim aumento da frequência cardíaca em repouso, diminui o volume sistólico e pode ser visto uma redução de 26% do Débito Cardíaco após 21 dias em destreino.

Para efeitos periféricos observamos diminuição da capilarização muscular, menor fluxo sanguíneo, menor metabolismo oxidativo e essas alterações integradas podem diminuir sua força muscular e área transversa do músculo.

Visando saúde cardiovascular todas essas alterações como uma rede fazem diminuir o Consumo máximo de oxigênio (VO2máx), importante marcador de capacidade funcional.

Dessa forma, tenha constância com a prática de exercício físico. Procure um profissional para melhor te orientar.

Referência: Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 13(2): 239-49, jul./dez. 1999

Por Daniell Muniz

1- Pós graduação na Santé
2 - Mestrado na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública