Atualizado em 18 de novembro de 2021
Especialista em joelho e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, o Dr. João Hollanda explica que a rotula completa do ligamento cruzado superior ou como lesões musculares costumam aumentar quando o atleta vem de um período de destreinamento. “As fraturas por estresse também estão associadas a um aumento de arrependimento na prática esportiva. Atletas recreativos e amadores tendem a ter uma 'reserva' física mais limitada e condições piores para se exercitar durante uma pandemia, ou que obrigatoriamente um risco ainda maior ”.
Independentemente da modalidade esportiva, é inerente do esporte a realização de movimentos repetitivos, nos quais algumas musculaturas são muito estimuladas e outras não. “Quando isso não é abordado por meio da preparação física, é comum que os atletas desenvolvam desequilíbrios ou fraquezas musculares, o que contribui para a ocorrência de ocorrências”, explica o especialista em joelho.
Assim, pedimos para o Dr. João Hollanda citar alguns cuidados a serem tomados para quem está considerando uma retomada das atividades físicas:
- Retorne progressivamente. Como regra geral, uma sugestão é retornar com 50% da carga de treino de antes da pandemia e, com tudo correndo bem, aumentar não mais do que 10% da carga por semana. Uma avaliação individualizada ajudaria em uma orientação mais precisa;
- Comece por atividades de fortalecimento, em seguida, inclua como corridas contínuas, depois dos treinos de velocidade, treinos com contato físico e mudanças de direção para, por fim, retornar para esportes como o futebol; O rompimento do ligamento cruzado anterior é a lesão cirúrgica mais comum em jogadores de futebol e em atletas de outras modalidades que envolvem mudanças ocorridas de direção, acelerações, desacelerações e contato físico, como o basquete, o handebol e os esportes de luta.
- Escute o seu corpo: o ideal, no início, é ser mais conservador. Se estiver se sentindo muito cansado, diminua o ritmo e, se isso não for o suficiente, obtenha ajuda especializada;
- A realização de exercícios preventivos é fundamental para qualquer atleta com esportes de risco para a lesão do Ligamento Cruzado Anterior. Estes programas devem ser idealmente individualizados para cada atleta, de acordo com as informações da avaliação pré-participação e dos exames como a dinamometria manual ou isocinética e levando em consideração a especificação específica do indivíduo. Atletas amadores e recreativos podem se beneficiar do mesmo tipo de avaliação em médicos especializados no tratamento de atletas.
Lembrando que a fraqueza muscular e outras deficiências relacionadas ao movimento são comuns a maior parte dos pacientes com dor crônica, como hérnia de disco, condromalácia, artrose, tendinite ou bursite. Se, por um lado, a dor leva a uma deficiência muscular, a deficiência muscular faz com que a dor piore ainda mais. Por isso, a atividade física é indicada para qualquer pessoa em qualquer idade, porém sempre com acompanhando de especialistas.
Dr. João Hollanda
O Dr. João Hollanda é médico ortopedista especialista em joelho e esporte e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.
Referências:
Foto: Strong Runner Chicks* |
É impressionante como passamos a dar valor a certas coisas apenas quando perdemos, mesmo que seja uma perda temporária. Todo esse período de isolamento nos fez e faz refletir diariamente sobre muitos detalhes das nossas vidas, sobre as muitas vezes que podíamos ter feito algo e não fizemos e agora ficamos com uma dúvida: quando teremos a oportunidade novamente?
Sempre achei que nós, corredores, sempre fomos privilegiados, pois aprendemos e passamos a dar valor às coisas “pequenas”, pequenas aos olhos de quem não entende, de quem não vivencia a corrida e não entende alguns detalhes como, por exemplo, um segundo mais rápido, 1 km mais longe, uma medalha de participação, uma corrida inteira sem caminhar e por aí vai.
Hoje, percebo que até mesmo nós, em alguns momentos, não
valorizamos tudo o que podíamos ou simplesmente nunca nos demos conta de alguns fatores. Hoje, muitos de nós, percebemos como ouvir o
som dos passos no asfalto nos acalma, como, por mais contraditório que pareça, o
cansaço pós treino nos alegra e traz sensação de missão cumprida e mesmo que você ainda esteja treinando sozinho,
na rua ou em casa, e sentindo tudo isso, provavelmente deve lembrar das corridas
e treinos em grupos e sentir falta de algo especial que só encontramos lá, como
alguém te motivando a todo momento ou até mesmo poder motivar os colegas ou
ainda apenas a sensação de saber que tem alguém correndo ao lado, afinal, quantas
vezes insistimos no treino só porque tinha alguém do nosso lado? E, tenho certeza, que na maioria
das vezes nem foi preciso palavras de incentivo para continuar. Motivamos e somos
motivados apenas pela presença de um amigo.
Os eventos de corrida em si nem precisam ser
mencionados, retirar kit, encontrar os amigos, correr todos juntos, RPs,
pódios, medalhas, sorrisos, fotos, isso são faltas óbvias em nossas rotinas, não tão óbvia assim
é a ansiedade pré prova, principalmente da prova alvo, a meditação silenciosa
antes da largada, as contas no meio prova, a fé a cada passada e o orgulho na
linha de chegada. Ah... e como tudo isso faz falta.
Enquanto esperamos a retomada, a hora certa de
revivermos tudo isso, ficamos com os planos e os sonhos adiados, assim como
foram a maioria das nossas corridas, treinos, viagens e tudo o mais que envolve nossa vida fora de casa, literalmente.
Muito do que pensamos hoje, é motivado pelo cenário
que vivemos, mas na verdade deveria ser algo constante em nossas vidas, é
aquele velho ditado “só se vive uma vez”. Espero que quando nossas vidas
“voltarem ao normal” possamos lembrar mais disso, possamos festejar mais,
valorizar ainda mais cada pequeno detalhe, que possamos ter mais disposição e
menos desculpas, que possamos fazer valer a pena o tempo que passou e não
aproveitamos, com o tempo que vai passar e aproveitaremos o máximo que puder e, se possível, correndo.
Carpe Diem.
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*Foto: http://www.strongrunnerchicks.com/saturdays-steph-post-race-blues/track-runner-sad/
Destreino
Em meio a pandemia que vivemos, muitas preocupações tomam conta de nós, não precisamos falar de saúde e economia, que são coisas óbvias e já debatidas em muitos outros canais, mas algo que preocupa a muitos de nós corredores é em relação aos nossos treinos e desempenho. Com o cancelamento de todos os eventos e interrupções de treinos, principalmente para quem não consegue fazer em casa ou em local aberto e isolado, fica a dúvida em relação ao rendimento e o quanto de perda terá. Para explicar um pouco mais sobre esse processo de destreino, conto hoje com a ajuda de Daniell Muniz, profissional de educação física e estudante de pós graduação¹ em Fisiologia do exercício aplicada a reabilitação e mestrado² em Médicina e Saúde humana.
O Destreinamento é muito visto em atletas em períodos de férias ou transição de treinamento. Mas pode ocorrer também em atletas amadores e praticantes de exercício físico.
Muitos estudos relatam que as perdas fisiológicas e físicas das adaptações de treino até o momento iniciam-se a partir do quarto dia sem exercício, mas são bem perceptíveis após duas semanas. E com a progressão da inatividade as perdas são mais acentuadas.
Podemos dividir em efeitos centrais e periféricos no qual, os efeitos do destreinamento nos sistemas centrais observamos diminuição da atividade parassimpática e assim aumento da frequência cardíaca em repouso, diminui o volume sistólico e pode ser visto uma redução de 26% do Débito Cardíaco após 21 dias em destreino.
Para efeitos periféricos observamos diminuição da capilarização muscular, menor fluxo sanguíneo, menor metabolismo oxidativo e essas alterações integradas podem diminuir sua força muscular e área transversa do músculo.
Visando saúde cardiovascular todas essas alterações como uma rede fazem diminuir o Consumo máximo de oxigênio (VO2máx), importante marcador de capacidade funcional.
Dessa forma, tenha constância com a prática de exercício físico. Procure um profissional para melhor te orientar.
Referência: Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 13(2): 239-49, jul./dez. 1999
1- Pós graduação na Santé
2 - Mestrado na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
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Foto2: Emagrecimento na Saúde** |
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Referências:
*Foto: https://www.bauerfeind.com.br/blogs/news/ops-sentiu-uma-fisgada-ao-correr
**Foto2: https://emagrecimentonasaude.com/o-que-e-estiramento-muscular/
1 - https://www.ativo.com/corrida-de-rua/treinamento-de-corrida/aprenda-a-evitar-e-tratar-o-estiramento-muscular/
https://corridanossadodiaadia.blogspot.com/2018/03/distensao-muscular-estiramento.html
https://www.treinus.com.br/blog/como-acontece-a-distensao-da-musculatura/
Treino de subida
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Foto: Ativo* |
Os treinos de subidas podem até ser tortuosos, mas valerão muito a pena, afinal esse tipo de treino ajuda a “reforçar os músculos das coxas, quadril, joelhos, panturrilhas e tornozelos, e aumentar a resistência aeróbia dos atletas”¹.
Quer mais? Pois bem, em estudo realizado há alguns anos por Derek Ferley e publicado em 2013 no Journal of Strenght and Conditioning Research, ele dividiu corredores, aleatoriamente, onde um grupo realizou treinos com inclinação duas vezes por semana e outro grupo fazia tiros de velocidade no plano. Através disso foi possível perceber que em “seis semanas de treinos com inclinação turbinaram a velocidade máxima dos corredores e permitiram que eles a mantivessem por um tempo 32% maior que no começo do estudo”².
Não para por aí, quando corremos em subidas, a nossa frequência cardíaca (FC) e frequência respiratória (FR), aumentam sem, necessariamente, precisarmos aumentar a velocidade, “com isso, há um aumento do limiar anaeróbio, do transporte de oxigênio para os músculos pela capilarização do sangue e também diminui frequência cardíaca (FC) de repouso”³. O impacto das passadas tendem a ser menores, já que na subida costumamos aterrissar com o antepé, o que muitos não conseguem no plano.
Assim como no plano, o ideal é que o tronco esteja levemente inclinado para a frente e que as passadas sejam um pouco menores, aumentando assim a cadência e diminuído um pouco o desgaste físico.
É fundamental termos em mente que para conseguirmos melhoras de performance e desempenho, é importante termos uma variação constante dos tipos de exercícios, justamente por isso o acompanhamento profissional e imprescindível, afinal, um bom profissional saberá dosar tipo de treinos, com intensidades e quantidades necessárias, alinhadas ao objetivo de cada corredor.
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Referências:
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Foto: Ativo* |
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Referências:
*Foto: https://www.ativo.com/corrida-de-rua/treinamento-de-corrida/dicas-para-correr-no-calor/attachment/shutterstock_293068436/
1 - https://www.ativo.com/corrida-de-rua/iniciantes/riscos-de-ser-um-atleta-de-final-de-semana/
2 - https://www.bbc.com/portuguese/geral-38568385
3 - https://www.saude.gov.br/component/content/article/781-atividades-fisicas/40390-atividade-fisica
O primeiro passo para a mudança é a aceitação. Uma vez que você aceite a si mesmo, acaba abrindo a porta para a mudança. Isso é tudo o que você tem que fazer.
Mudança não é algo que você faz, é algo que você permite. Permita-se!
É você, por você mesmo.
Um dia, achei que isso seria impossível. As pessoas sempre me julgaram: tão jovem, tão bonita e não se cuida, por que não emagrece? No fundo, ninguém tem noção das dores que eu enfrentei a vida toda lutando contra o peso, julgamento da sociedade e dificuldades na rotina. Obesidade é uma doença, um distúrbio, uma compulsão. Passei 30 anos buscando um milagre, uma solução mágica que resolveria os meus problemas do dia para noite, sem esforço ou restrições. Todas as tentativas foram frustradas, eu tentei de tudo.
Decidi pela cirurgia bariátrica em 2009, e achei que isso era o ponto máximo para resolver tudo. Mas não mudei minha cabeça e ainda não tinha entendido que não existia um caminho milagroso, sem esforço e dedicação. Voltei a engordar, chegando aos 100kg. Em 2016, em um processo de autoconhecimento, pela primeira vez tive consciência do que me incomodava, limitada e do caminho que eu queria seguir. Estava disposta a me dedicar a isso. Foram pequenas mudanças diárias com consciência e, aos poucos, descobrindo a atividade física, o esporte. Achei uma paixão chamada corrida de rua. Eu só queria correr e curtir a vibe positiva das provas, a energia das pessoas, a alegria deste momento que contagia e nos dá forças para a vida.
Nunca imaginei, nem ao menos nunca passou pela minha cabeça fazer uma maratona, não sabia o que isso significava. Mas com o passar do tempo a gente quer sempre mais esta sensação viciante. Decidi ir além dos meus limites e foram 4 meses de preparação para este momento para me tornar uma maratonista. Corri esses 42,195km por mim, para comemorar a minha história e todas as lutas que vivi.
Você se sente forte e capaz ao ver o resultado de toda sua dedicação! Olhar para o asfalto se tornou a melhor terapia que eu poderia fazer por mim mesma. Tenho orgulho das minhas marcas e cicatrizes.
Tudo isso me mantém ativa, sempre buscando novas metas. A luta é constante pois obesidade é uma doença que precisa ser mantida sob controle. Hoje sei que todos os dias eu posso escolher o melhor, basta querer.
Menos julgamento e mais amor.
Se eu quero mais? Sempre. Vem ULTRA 2020.
Carla Cristina, 34 anos, Maratonista.
Instagram: @carlachb
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Foto: Ativo¹ |
Considerado como um exame adicional, o ergoespirométrico, também conhecido como cardiopulmonar, é um excelente exame para nos mostrar a nossa real situação e aptidão física.
A exemplo do teste ergométrico, o ergoespirométrico é feito na esteira ou na bicicleta, iniciando com cargas mais leves e aumentando a intensidade progressivamente, porém, no ergoespirométrico é utilizado também “uma máscara ou bocal, mantendo o nariz obstruído com um prendedor especial, para análise dos gases respiratórios”².
Através desse tipo de exame é possível coletar dados importantes, que irão ajudar em uma melhor programação de atividades, com intensidades e cargas ideais para o atleta em cada treinamento. Através do exame é possível medir o consumo máximo de oxigênio (VO2max) e com isso detectar o potencial atlético, além disso é possível definir os limiares aeróbio e anaeróbio, frequências cardíacas, gastos calóricos e ainda ajuda a “identificar possíveis alterações orgânicas que possam ser fatores limitantes ou de atenção ao praticante”¹.
O exame pode ser feito por praticamente todas as pessoas, independente de sedentária ou ativa, o Hospital Albert Einstein, por exemplo, faz ressalva apenas “para gestantes e pessoas que pesam mais de 160 kg”³. Além disso, existem algumas recomendações importantes, como “não fazer o exame em jejum, evitar o cigarro até duas horas antes da realização do teste, vestir roupas confortáveis, não utilizar cremes e nem substâncias que podem mascarar possíveis manifestações de alguma doença”¹.
Ter conhecimento sobre nós mesmos, nossos limites e capacidades, é fundamental para a nossa evolução na corrida ou em qualquer outro tipo de atividade, por isso, busque sempre deixar os exames em dia. Converse com um cardiologista e peça maiores informações sobre como e onde realizar o exame ergoespirométrico.
Referências:
1 - https://www.ativo.com/corrida-de-+rua/treinamento-de-corrida/ergoespirometria/
2 -http://www.careclub.net.br/blog/102/teste-ergoespirometrico-grande-aliado-no-ciclismo-e-na-corrida
3 - https://www.sportslab.com.br/servicos/teste-de-vo2max/
https://corridanossadodiaadia.blogspot.com/2016/05/exames-medicos.html
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Foto: Ativo* |
2020 começou (sei que estou atrasado) e junto com ele recomeçam as corridas e os treinos, para quem parou, independente disso temos um ano cheio para buscarmos novas metas e objetivos ou até mesmo correr atrás do “prejuízo”, dos objetivos que não conseguimos alcançar no último ano, seja relacionado a tempo, distância, performance ou qualquer outro tipo de métrica diferente que tenha criado.
Algumas pessoas podem até achar irrelevante a criação de objetivos para a corrida, mas ele é fundamental para direcionamento dos nossos treinos, além de nos manter focados e ser um estímulo para levantar cedo, dormir mais tarde, ter uma alimentação mais saudável ou qualquer outro “sacrifício” que precisemos fazer.
Apesar de ser bom, importante e simples, existem alguns pontos que precisam ser levados em consideração para se criar objetivos, como nossa atual condição física, tempo para realização, disponibilidade de treinos, etc.
Além disso, é importante também que os objetivos sejam claros, mensuráveis e realistas, não adianta fazermos um objetivo de fazer uma ultramaratona esse ano, se não conseguimos correr 5km direito, é importante dar um passo por vez.
Defina as distâncias que quer fazer e busque as corridas ideais para isso, leve em consideração organização da corrida, época do ano, tipo de corrida e altimetria, busque o ideal dentro do que gosta e costuma fazer, lembre-se a corrida é um experiência única, a sua definição de corrida ideal nem sempre é igual a do seu amigo.
Não tem problema se inscrever em várias corridas, mas é fundamental ter em mente que não conseguirá, por exemplo, RPs em todas elas, justamente por isso é importante que se defina provas alvo e utilize as demais como treinos e testes.
Uma dica muito valiosa, converse com o seu treinador, se não tem procure um, ele irá te ajudar em todos esses quesitos, inclusive e principalmente nos passos para se atingir tais objetivos, passando treinos específicos, com cargas e intensidades necessárias, maximizando a chance de sucesso na realização das atividades e minimizando o risco de lesões no decorrer do tempo.
Ah, e não se esqueça, um check up antes disso tudo é fundamental para garantir que está tudo bem com o seu corpo e que ele suportará a realização de todas as atividades sem maiores riscos à saúde.
*Foto: https://www.ativo.com/corrida-de-rua/iniciantes/devo-contratar-um-treinador/